Hoje existe um descompasso entre a geração de jovens que nasceram com a Internet (chamados nativos digitais ou geração Y) e a escola convencional (com seus professores imigrantes digitais). Veja em Nativos versus Imigrantes Digitais. Alguns estudos e observações mostram que esses novos alunos não estão se dando bem na sua vida escolar. Veja uma discussão sobre esse assunto aqui no Peabirus: A Internet educa? .
A experiência da nova geração na Internet, favorecendo o relacionamento com os amigos, a utilização de ferramentas fáceis de usar, deu-lhes uma habilidade que está acima do simples domínio da tecnologia. Além da facilidade de comunicação, eles têm a abertura para enfrentar e resolver problemas de uma forma diferente, mais experimental (sem ler os manuais, sem se achar incapaz de fazê-lo). Essas características são essenciais no mundo de hoje e fazem falta a todas as gerações. A maior parte das pessoas e principalmente os professores, tem muito a aprender com eles.
Para a viabilização de processos de capacitação mais abertos, mais voltados para a realidade de nosso mundo, que contribuam para trazer os imigrantes digitais para o mundo dos nativos digitais ( e vice-versa), temos um caminho longo pela frente, capaz de permitir que alcancemos as respostas a questões como:
Como mapear as diversas tecnologias, sejam ambientes de colaboração (blogs, twitter, wiki) ou ferramentas pessoais (editores de texto, vídeo), de forma a viabilizar posturas e participações adequadas ao meu processo de aprendizagem?
Como as teorias de aprendizagem atuais contribuem para que a viabilização de participações efetivas nas redes digitais?
Quais são as estratégias de aprendizagem que permitem a efetivação de práticas pedagógicas adequadas à realidade de meu processo de capacitação desenvolvido através do uso das tecnologias atuais?
Os especialistas e as pessoas envolvidas com a Educação precisam verificar o que as diversas teorias da área têm a ver com as práticas possíveis na web atual. Como as tecnologias podem ser utilizadas baseadas no que se pode chamar de “ boas pedagogias”. A autora Gráinne Conole, da Open University da Inglaterra, no seu artigo New Schemas for Mapping Pedagogies and Technologies, nos oferece alguns esquemas que podem nos ajudar nesse sentido. As teorias de aprendizado mais atuais enfatizam mais os benefícios do social e do aprendizado situado, em detrimento do aprendizado individualizado, voltado para resultados, mais valorizado pelas teorias como o comportamentalismo. A nova era da Internet, a web 2.0, caminha também nesse sentido, permitindo práticas mais coletivas e colaborativas em rede. Em algumas áreas os efeitos dessas tecnologias já são bastante visíveis, como no caso do Marketing. Na Educação certamente esses efeitos ainda levarão algum tempos para serem sentidos de forma significativa.
As tecnologias atuais permitem a criação de ambientes de aprendizado baseados em pedagogias que valorizam princípios básicos cada vez mais importante no mundo de hoje, como abertura, conexão, autonomia, contextualização e diversidade. Veja em Aprendizado Aberto: uma possibilidade atual . Processos de capacitação contínuos, que não retirem as pessoas adultas de seu ambiente de trabalho são possíveis de serem realizados baseados nesses princípios com apoio das tecnologias da web 2.0. Veja o curso Connectivism & Connective Knowledge sendo realizado na Universidade de Manitoba no Canadá que está sendo chamado de um curso aberto online para as massas.
Fonte: http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=14378
Um comentário:
Oi Robson. Adorei a dica, há algum tempo que venho pesquisando sobre experiências de utilização das tecnologias com pessoas com deficiência, mas encontrei pouca publicação. Esse material que me indicou é uma referência riquíssima. Fiz uma leitura rápida mas já deu pra perceber o teor do trabalho.
Valeu mesmo! E obrigado por lembrar de mim.
Muito grata.
Abração amigo.
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