1, 3, f, 07 por lucianogasparini
Com esta célebre frase , o canadense Herbert Marshall McLuhan (1911-1980) levantou uma discussão que aborda a relação entre a forma e o conteúdo na transmissão da informação.
A impressionante velocidade com que as inovações tecnológicas aparecem, colaboram, na mesma proporção, para a mudança nas relações de comunicação da sociedade.
Para relembrar:
Antigamente, tínhamos as cartas como forma preponderante de comunicação a distância. Hoje os e-mails predominam.
Antes, vídeo-cassete. Atualmente, DVDs players. Fitas-cassete versus mp3 e ipod, máquina fotográfica analógica x digital, máquina de escrever x computador, enfim, vários são os exemplos desta transformação e quebras de paradigmas.
Onde quero chegar com isso?
Uma série de fatores influenciam na recepção de uma mensagem. Palavras ditas através do telefone são diferentes das mesmas palavras ditas pessoalmente.
Quantas vezes nos pegamos duvidando do que foi dito ao telefone? Estando frente a frente você pode avaliar o que foi dito através de sentidos que você não tem ao telefone como, por exemplo, gestos e olhares.
O estudo que proponho a seguir tem a finalidade de mostrar que a mudança do meio de comunicação altera a mensagem, ou seja, o sentimento causado ao receptor não é o mesmo quando transmitido por meios diferentes, mesmo que o texto seja idêntico.
Para exemplificar, peguemos o Jornal Zero Hora, versão digital e impressa.
Linearidade:Quando você pega o jornal impresso, você escolhe por onde vai começar a leitura através de uma editoria de seu interesse. Eu, particularmente, começo pela capa, contra-capa e esportes, nesta ordem.
Na versão online, tem os links correspondentes às editorias, o que nos permite fazer esta mesma escolha. Ou seja, nós damos a linearidade que queremos na leitura. E assim é nas duas versões do jornal.
Concentração:Para ler a versão online você precisa estar disponível a frente do computador, o que, teoricamente, dá melhor poder de concentração e predisposição à leitura. Embora tenhamos que reconhecer que as vezes somos interrompidos pela curiosidade de ver e-mails ou pelo bonequinho do MSN avisando que novas mensagens chegaram.
O jornal impresso nos dá a opção de lermos no ônibus, numa recepção de consultório ou rapidamente nas bancas. Isto tira a capacidade de atenção, pois temos que cuidar a parada pra descer, driblar os enjôos ou esperar pela chamada do médico.
Na versão online, temos comerciais que não são estáticos. Se movimentam de um lado para o outro ou aparecem repentinamente no meio da página, exigindo muitas vezes que você interrompa a leitura para fechar o arquivo. Os chamados popups. Eles também são objetos de dispersão.
Interação: o jornal da internet permite que você entre em murais, chats, fóruns e enquetes. você ainda tem a possibilidade de mandar a notícia para um amigo. Se quiser fazer isso pelo meio tradicional, também existe a possibilidade, mas terá que mandar cartas para a sessão do leitor. E sabe-se lá se vai ser recebida.
Hiperlink: a versão digital do jornal oferece a opção de navegar por outros sites através da existência dos hiperlinks. Se você tem uma dúvida ou desconhecimento sobre determinado assunto, pode se aprofundar nos links oferecidos. Ou até mesmo abrir um site e procurar sobre aquela palavra que você nunca ouviu falar.
Bem, aí estão apenas alguns exemplos de que o meio interfere na mensagem final. Por isso McLuhan dizia que o meio é a própria mensagem.
Portanto, é importante compreendermos que quando se passa de uma mídia para a outra é preciso uma reciclagem. É importante saber reconhecer a potencialidades, as deficiências e os limites de cada uma delas.
Quando você coloca uma gravação televisiva na internet ela passa a ser qualquer outra coisa, menos televisão.
Há uma remediação, ou seja, transformação do meio. Há uma nova linguagem, há um novo público, novos conceitos. O tempo, as interferências externas, as técnicas de produção são outras e precisam ser respeitadas.
Não há um meio melhor que outro. Há sim, um diferente do outro.
Fonte: http://lucianogasparini.wordpress.com/2007/05/03/macluhan-o-meio-e-a-mensagem
A impressionante velocidade com que as inovações tecnológicas aparecem, colaboram, na mesma proporção, para a mudança nas relações de comunicação da sociedade.
Para relembrar:
Antigamente, tínhamos as cartas como forma preponderante de comunicação a distância. Hoje os e-mails predominam.
Antes, vídeo-cassete. Atualmente, DVDs players. Fitas-cassete versus mp3 e ipod, máquina fotográfica analógica x digital, máquina de escrever x computador, enfim, vários são os exemplos desta transformação e quebras de paradigmas.
Onde quero chegar com isso?
Uma série de fatores influenciam na recepção de uma mensagem. Palavras ditas através do telefone são diferentes das mesmas palavras ditas pessoalmente.
Quantas vezes nos pegamos duvidando do que foi dito ao telefone? Estando frente a frente você pode avaliar o que foi dito através de sentidos que você não tem ao telefone como, por exemplo, gestos e olhares.
O estudo que proponho a seguir tem a finalidade de mostrar que a mudança do meio de comunicação altera a mensagem, ou seja, o sentimento causado ao receptor não é o mesmo quando transmitido por meios diferentes, mesmo que o texto seja idêntico.
Para exemplificar, peguemos o Jornal Zero Hora, versão digital e impressa.
Linearidade:Quando você pega o jornal impresso, você escolhe por onde vai começar a leitura através de uma editoria de seu interesse. Eu, particularmente, começo pela capa, contra-capa e esportes, nesta ordem.
Na versão online, tem os links correspondentes às editorias, o que nos permite fazer esta mesma escolha. Ou seja, nós damos a linearidade que queremos na leitura. E assim é nas duas versões do jornal.
Concentração:Para ler a versão online você precisa estar disponível a frente do computador, o que, teoricamente, dá melhor poder de concentração e predisposição à leitura. Embora tenhamos que reconhecer que as vezes somos interrompidos pela curiosidade de ver e-mails ou pelo bonequinho do MSN avisando que novas mensagens chegaram.
O jornal impresso nos dá a opção de lermos no ônibus, numa recepção de consultório ou rapidamente nas bancas. Isto tira a capacidade de atenção, pois temos que cuidar a parada pra descer, driblar os enjôos ou esperar pela chamada do médico.
Na versão online, temos comerciais que não são estáticos. Se movimentam de um lado para o outro ou aparecem repentinamente no meio da página, exigindo muitas vezes que você interrompa a leitura para fechar o arquivo. Os chamados popups. Eles também são objetos de dispersão.
Interação: o jornal da internet permite que você entre em murais, chats, fóruns e enquetes. você ainda tem a possibilidade de mandar a notícia para um amigo. Se quiser fazer isso pelo meio tradicional, também existe a possibilidade, mas terá que mandar cartas para a sessão do leitor. E sabe-se lá se vai ser recebida.
Hiperlink: a versão digital do jornal oferece a opção de navegar por outros sites através da existência dos hiperlinks. Se você tem uma dúvida ou desconhecimento sobre determinado assunto, pode se aprofundar nos links oferecidos. Ou até mesmo abrir um site e procurar sobre aquela palavra que você nunca ouviu falar.
Bem, aí estão apenas alguns exemplos de que o meio interfere na mensagem final. Por isso McLuhan dizia que o meio é a própria mensagem.
Portanto, é importante compreendermos que quando se passa de uma mídia para a outra é preciso uma reciclagem. É importante saber reconhecer a potencialidades, as deficiências e os limites de cada uma delas.
Quando você coloca uma gravação televisiva na internet ela passa a ser qualquer outra coisa, menos televisão.
Há uma remediação, ou seja, transformação do meio. Há uma nova linguagem, há um novo público, novos conceitos. O tempo, as interferências externas, as técnicas de produção são outras e precisam ser respeitadas.
Não há um meio melhor que outro. Há sim, um diferente do outro.
Fonte: http://lucianogasparini.wordpress.com/2007/05/03/macluhan-o-meio-e-a-mensagem
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