25 de abr. de 2009

Projeto Cinema no Caldeirão - 25/04

Olá Amigos

O filme escolhido hoje para o Projeto Cinema no Caldeirão é "O Nome da Rosa" do instigante diretor Jean-Jacques Annaud, de filmes fantásticos como o A Guerra do Fogo, O Urso, O Amante, Sete Anos no Tibete, Círculo de Fogo entre outros, baseado num livro de Umberto Eco.

http://www.adorocinema.com/filmes/nome-da-rosa/nome-da-rosa-poster01.jpg

A escolha do filme partiu do meu amigo Sergio Lima editor do blog Blog e Física entre outros, que havia indicado um texto intitulado Ainda precisamos do velho modelo de educação? que levou a uma série de reflexões no nosso grupo. Ele trata do fato que moderar, censurar e proibir comentários, uso de laboratorio e bloqueio de blogs e sites alem de proibir o uso da internet.

Ele cita: "Qualquer um que viva o dia-dia da Escola sabe que esta é a visão predominante na mesma (e nos seus profissionais!) a Internet é um mundo de maldade, perversidade, bobagens que nós, os educadores iluminados, temos que filtrar/mediar para os nossos alunos! Atire o primeiro mouse quem não teve um endereço bloqueado na escola por conta desta visão medieval..."

Ai ele lembra da cena em que os monges escondiam um livro com uma verdade libertadora. O filme “O nome da Rosa” trata da história ocorrida no ano de 1327 – Século XIV - num Mosteiro Beneditino Italiano que continha, na época, o maior acervo Cristão do mundo. Poucos monges tinham o acesso autorizado, devido às relíquias arquivadas naquela Biblioteca.

No Filme, um monge Franciscano e Renascentista, interpretado pelo ator Sean Conery, foi designado para investigar vários crimes que estavam ocorrendo no mosteiro. Os mortos eram encontrados com a língua e os dedos roxos e, no decorrer da história, verificamos que eles manuseavam (desfolhavam) os livros, cujas páginas estavam envenenadas. Então, quem profanasse a determinação de “não ler o livro”, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura.

O Livro havia sido escrito pelo Filósofo Aristóteles e falava sobre o riso: “Talvez a tarefa de quem ama os homens seja fazer rir da verdade, porque a única verdade é aprendermos a nos libertar da paixão insana pela verdade”.

http://jovensdapib.files.wordpress.com/2008/09/nome-da-rosa.jpg

Isso tudo sugeria, além de outras coisas, principalmente pela razão, que Jesus sorriu, pois Ele (Jesus), além de amar todos os homens, desejava que todos encontrassem a verdade e, através dela (da verdade), fossem libertos.

Acho que esta frase está ligada à máxima “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.

E na história, por trás de “quem matou e quem morreu” aparecem nítidas disputas entre o misticismo, o racionalismo, problemas econômicos, políticos e, principalmente, o desejo da Igreja em manter o poder absoluto cerceando o direito à liberdade de todos.

A Igreja não aceitava que pessoas comuns tivessem acesso ao significado de seus dogmas (fundamentos da religião) nem questionassem e fossem contra os mesmos e, por esse motivo, para definir o poder sobre o povo, houve a instauração da Inquisição que foi criada para punir os crimes praticados contra a Igreja Católica que se unia ao poder monárquico.

O período Renascentista que se desenvolveu na Europa entre 1300 e 1650, época em que se desenrola o filme (1327), vinha de encontro a Igreja, exatamente porque o Renascimento pregava a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural.

Dessa forma, o Monge Francisco e Renascentista, William de Baskerville, utilizava-se da Ciência e conseqüentemente da razão para dar solução aos crimes do mosteiro e desagradava, em muito, a Santa Inquisição, na figura do Inquisidor Bernardo Gui que realmente existiu e foi considerado um dos mais severos inquisidores.

Entendi que na Biblioteca do Monastério haviam pergaminhos que falavam sobre a infalibilidade de Deus e que não era preciso se ter uma fé cega em detrimento à figura do homem.

Para não se ter uma fé cega é preciso utilizar-se da Ciência como instrumento principal para se desvendar os mistérios impostos pela religião.

Por esse motivo, creio eu, que a Ciência teve ascendência sobre a religião, pois através da razão vários mistérios eram descortinados, inclusive o poder desenfreado da Igreja que, na verdade, só contribuiu para o misticismo e o entrave do desenvolvimento intelectual de todo um período histórico, principalmente o da Idade Média, cercado pela Inquisição e seu poderio absurdo e desmedido.

Recomendo com louvor

Abraços

Equipe NTE Itaperuna

Abraços

Fonte: http://recantodasle tras.uol. com.br/resenhasd efilmes/249488 (publicado em 26/09/06).

6 comentários:

Sérgio Lima disse...

Opa Robson,

Adorei o "recomendo com louvor" :-)

Eu gosto de passar este filme no 1 ano para discutir: método científico, formas de conhecimento, e uma visão externalista do desenvolvimento da ciência (fatores externos a ciência influenciando o seu desenvolvimento!).

E mas importante de tudo, porque é um ótimo filme!

abração

Andréa disse...

Olá Robson, tenho acompanhado silenciosamente teu blog, me sinto rodeada de um misto de encantamento, desafio, provocação, e hoje quando li a citação em relação à escola de vidro, tomei coragem para postar um comentário registrando o quanto me inquieta e motiva a ação de refletir sobre a prática docente, esta provocação “A escola forma gente para o passado ou para o futuro”, é realmente instigante e responder a ela, sem dialogar com nossas práticas individuais e/ou coletivas e impossível, não que eu coloque-as como centro do todo, mas as vejo como uma das partes fundamentais.
Há e o que isso tem haver com a escola de vidro é que, nestas tantas nuances da globosfera, sou novata, e quando motivada pela amiga Suely do Ufa, me aventurei por estes mares, não imaginava que a indicação deste título iria dar tanto pano pra manga, e se desdobrar em tantos fios, e acredito que, assim como um só galo não tece uma manhã, também nossas muitas vozes tecidas, são responsáveis pelo que há de vir...
Em tempo, vou a locadora locar Em nome da rosa.

Andréa disse...

Ainda em tempo, sou Andréa, educadora de escola pública e comunidade hb é a identificação do blog da minha escola

Robson Freire disse...

Olá Sergio

Viu? Prometi e cumpri. O filme alem de um retrato fiel da época em que se desenrola é uma mostra principalmente a força da ciência diante dos dogmas.

Realmente um Filme que merece ser visto e revisto.

Abraços

Rosangela disse...

Maravilha amigo!
Já mandei por e-mail...vamos ver se vai dar certo aqui.
bjus

Anônimo disse...

ei naum tem o que eu queruu

aff..