27 de out. de 2008

A identidade do professor

Maria Antonia Carballo Dominguez*

Os indivíduos são formados por um processo de identificação que acaba por projetar-se em suas identidades pessoais e culturais, tornando estas mais provisórias, variáveis e problemáticas. Em tempos passados, era visto como um sujeito unificado, com uma presença estável no meio social.

O indivíduo pós-moderno é composto não só de uma identidade unificada, mas de várias.

O indivíduo tenta descobrir suas potencialidades, dentro de situações construídas ou reconstruídas ao longo de sua trajetória enquanto ser que pensa e atua em uma sociedade também plena de transformações.

A percepção dos indivíduos quanto aos seus saberes, fazeres e ações é que estes se constroem a partir de contextos sócio-históricos e culturais, que por sua vez estão interligados a questões políticas, ideológicas e teóricas. Assim sendo, determinam dentro de valores e verdades quem pode falar em nome do outro e a quais interesses servem.

A identidade do professor constrói-se a partir da relevância que cada profissional dá a sua própria atividade docente, através de valores, atuação no mundo, das representações de vida, saberes, sentimentos, expectativas presentes no seu cotidiano, com as relações estabelecidas enquanto seres como um todo, dentro das escolas, sindicatos e também as relações entre os próprios professores.

Além de todos os discursos, existe a experiência de vida que influi na formação da identidade. A realidade existente se mostra através de situações veiculadas na sociedade tais como: baixa remuneração, salas de aula com alunos turbulentos e em alguns casos falta de material didático.

É certo que variados problemas se aglomeram nas instituições de ensino, onde o embate se faz presente através das diversas manifestações onde impera um descontentamento por parte dos profissionais em educação de um modo geral. Por outro lado precisamos munir-nos de energia para poder enfrentar as adversidades que se apresentam.

Ser professor nos dias atuais é mais que uma profissão, é algo além do salário que se recebe no fim do mês, é ao menos tentar sentir-se motivado dia após dia para seguir adiante na certeza de poder estar fazendo o melhor possível dentro das possibilidades educacionais que fazem parte do nosso cotidiano escolar.

Faz-se necessário observar a nossa responsabilidade no desenvolvimento do educando, na sua formação e preparo do seu desempenho para atuar em um mundo que por vezes se apresenta contraditório nos mais variados aspectos seja de ordem social, política ou econômica.

Precisamos (re) pensar nossa prática todos os dias, pois é através da reflexão e do constante aprimoramento intelectual que poderemos melhorar cada vez mais tornando-nos uma das peças fundamentais na formação de jovens e adultos.

*Professora

Fonte: http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=27&noticia=56862

Um comentário:

Conceição Rosa disse...

Oi Robson
Você tem produzido mais do que eu tenho conseguido acompanhar... Mas como sempre, sua garimpagem é excelente, como a deste texto aqui. Os professores e os seus arquétipos do cinema são dignos de observação e estudo, e é interessante que alguém se proponha a fazê-lo. Amo suas dicas. E referindo-me a um post anterior: acabei de comprar A Educação de Pequena Árvore...