7 de out. de 2008

A Encantadora de Baleias

05 de outubro

Alguns trailers de filme acionam o meu desconfiômetro, mecanismo nada objetivo para determinar a qualidade de qualquer coisa. Mas às vezes funciona. Aconteceu com Bagdá Café. (Lembro-me do meu marido falando: “É tão esquisito que deve até ser bom.” Gostamos - nós dois.)

Outras vezes é o título que aciona o desconfiômetro – no caso daqueles vídeos expostos em uma locadora, como A Encantadora de Baleias, história de uma menina que luta para preservar as tradições de seu povo. Li a sinopse e achei interessante, então o levei para assistir em casa. Grata surpresa, que rendeu tema a ser trabalhado na escola: manutenção da cultura popular x processos de aculturação.

A linguagem do filme permite paralelos espontâneos: mesmo com todas as crenças cristãs arraigadas, foi possível perceber a importância da personagem, Paikea, para aquele povo maori, para o resgate de suas vidas, de sua cultura, de suas tradições e de suas crenças adormecidas. E Mesmo considerando que o condutor de baleias - divindade maori - seria um mito tribal, fácil foi identificar-se com a necessidade de manter viva sua simbologia, para que se mantivesse a esperança, e assim a possibilidade de renovação que naquele povoado se fazia necessária. Afinal, ver pessoas queridas em processo de decadência, consumindo álcool e drogas, é parte de uma situação que não acontece somente com a personagem do filme...

Quando é que um povo morre? Somente quando seus homens, mulheres e crianças são exterminados? Ou, antes ainda, quando perdem seus valores, suas crenças, sua cultura?

A Encantadora de Baleias tem um final fantasioso, e talvez por isso mesmo, tão grato. Precisamos da fantasia para atenuar o permanente incômodo ao nos percebermos migrantes culturais, e que estamos não sendo mais o que éramos antes, sem evolução e com perdas. Não mais como nossos pais, e nem por isso mais felizes. Precisamos também ver a força e a beleza de nossa própria cultura para reestabelecermos os elos que a aculturação destruiu - antropofagismos à parte...

Interessante nesta história encantadora, é que o seu autor vivia em Nova York, quando a escreveu. Migrante maori em um mundo globalizado. Paradoxo da personagem que criou...

YouTube - Pater Noster $V. Miskinis$


Fonte: http://culturadaescola.spaces.live.com/blog/cns!F84AF64E083E5A6B!222.entry

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo esse filme adorei!

Aline disse...

a primeira vez que assisti esse filme foi na escola, adorei achei muito lindo!