Hoje recebi a ultima edição da Revista Nova Escola (nº 0211 Abril 2008) e lá contem duas reportagens interessantíssimas. Uma fala das mazelas que acometem os profissionais de educação (estresse, dores de cabeça, distúrbios de voz, depressão, etc.) e a outra que fala sobre como os pais vêem a educação e por que querem computadores para os filhos nas escolas.
Primeiro vamos falar da primeira reportagem. Nesta reportagem eles falam de que como os mesmos fatores que garantem qualidade no ensino causam o afastamento dos professores. Vários pesquisadores estão identificando os “problemas” e quais as “soluções” possíveis para acabar com o afastamento de professores das salas de aula que gera só no estado de São Paulo um prejuízo de 235 milhões de reais. Imagina a maior rede de ensino do Brasil em números ter um prejuízo anual igual ao que o Ministério da Educação (MEC) destina para construir, mobiliar e equipar 330 escolas de Educação Infantil.
Além do prejuízo financeiro a o maior de todos os prejuízos: O prejuízo ao aluno. Na reportagem eles colocam um número que eu já desconfiava, os alunos da 4ª série que tem professores “assíduos” são 15 pontos melhores que os demais em Língua Portuguesa no Programa de Avaliação da Educação Básica de 2002.
Professor assíduo não é prêmio, é obrigação. Mas falta apoio por parte da direção, da coordenação pedagógica, dos colegas mais experientes, falta de uma formação continuada adequada, boas condições de trabalho, um reconhecimento profissional e o mais importante de tudo: mais tempo para o lazer.
Na reportagem eles citam uma profissional de educação que trabalhava 70 aulas semanais em até 3 turnos, eu mesmo conheço um monte deles que dão aulas em pelo menos 3 escolas. A pessoa citada resolveu o problema diminuindo a sua carga horária e reduzindo os seus gastos pessoais. Mas ai, esbarramos num problema difícil de ser resolvido:
Como manter o padrão de vida?
Como cumprir os compromissos assumidos?
Lazer sem dinheiro é muito difícil, mas você até acha alguma coisa a fazer sem gastar nada e de boa qualidade. Mas são as contas que tiram o sossego, são contas que todo santo mês estão lá esperando serem pagas tais como: água, luz, telefone, IPTU, IPVA, etc.
Há governos que fingem que pagam e o pessoal finge que trabalha, num circulo vicioso de faltas diárias e licenças médicas recorrentes, tem profissional que dá a mesma aula desde que entrou no magistério há 25 anos. Como um profissional pode se dedicar a uma escola ou duas no máximo com um salário baixo com tantas contas para pagar.
Isto está gerando um monte de profissionais sobrecarregados onde o prazer de lecionar está sendo sufocado por uma carga de trabalho quase escravo.
Sei que há entre os profissionais um grande consenso de que precisamos mudar nossos conceitos, e que precisamos aperfeiçoar nossa didática pedagógica, que necessitamos de uma formação continuada dentro de nossa carga horária e cobrar melhores condições de trabalho e salários melhores.
O Caldeirão indica a leitura da reportagem que esta no site da Revista Nova Escola e convidada vocês a comentarem aqui e registrarem as suas experiências.
Abraços
Equipe NTE Itaperuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário