Olympio De Menezes Neto
Compreendida por muitos como a ciência de educar e por outros como a arte de ensinar, ou de cultivar a aprendizagem, a educação reveste-se, atualmente, mais do que nunca, de tecnologia, para poder desempenhar com sucesso o seu papel de agente de transformação e de formação de novos seres, capazes de dominar novos conhecimentos e conviver com novas realidades.
Por essas razões, entre tantas outras, o papel dos novos educadores se torna cada dia mais desafiante, diante não apenas de um número crescente de novas ferramentas à disposição dos educandos, como também, e principalmente, diante de uma questão simples, mas cuja resposta torna-se mais complexa a cada dia: como melhor utilizar essas ferramentas que encontram-se disponíveis e a respeito das quais somos cada vez mais cobrados?
Ou, ainda: como tornar eficiente o processo de educação, considerando todas as limitações, mas aproveitando todo o potencial existente, tanto nas pessoas, ávidas de inovações e facilidades, quanto nas ferramentas, cada vez mais poderosas e, por que não, maravilhosas?
O sonho do aprendizado mágico (sem esforço) e rápido (instantâneo) persegue, desde a Antigüidade, os seres humanos, e originou as mais diversas técnicas didáticas e pedagógicas, como se aprender, isto é, modificar o seu próprio comportamento, fosse, em si, um comportamento plenamente contrário à Natureza e, portanto, traumatizante e trabalhoso, como se fosse um castigo, à semelhança da própria noção do trabalho.
Esse modelo, ainda que subconsciente e não-declarado por educadores e educandos, de repente passa a ser encarado de forma diferente, porque o uso da tecnologia fascina, cativa e chega mesmo, em alguns casos, a viciar os seus usuários. Neste cenário, o processo de aprender pode transformar-se em uma atividade interessantemente prazerosa, diferente de tudo o que se conhecia até então, em termos de atividades lúdicas aplicadas aos métodos educacionais clássicos. E a pergunta que não quer calar indaga-nos exatamente isto: será que estamos todos sendo vítimas de uma imensa hipnose mercadológica? Como se estivéssemos hipnotizados por um truque de marketing? Ou será que, de fato, a tecnologia da informação possui realmente algo a acrescentar de valor ao mundo da educação contemporânea?
Só o tempo nos permitirá confirmar ou rejeitar tais teses; entretanto, a despeito de toda e qualquer digressão filosófica que se possa elaborar sobre a questão de utilizar-se ou não, de forma intensiva, a tecnologia nos processos educacionais, precisamos compreender que esta inserção dos recursos computacionais nos ambientes de ensino e aprendizagem é, hoje, algo irreversível, como em qualquer outra área das atividades humanas de nossos tempos; mas o grande desafio não é amar ou odiar os novos instrumentos de trabalhos, mas sim, aprendermos todos, mestres e discípulos, a manipulá-los com maestria, para que se tornem tão úteis quanto foram os lápis e os cadernos para as gerações que nos antecederam. Este é, portanto, o grande desafio desta nova era da educação.
Fonte: http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=1483
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