21 de jul. de 2011

Tablets vão substituir livros na escola pública

Das dez maiores editoras, sete migram para livro digital

FTD, Moderna e Melhoramentos estão entre as que têm versões para tablets de seus conteúdos

O Ministério da Educação confirmou que o governo estuda implantar um programa de educação digital com uso de tablets em conjunto com o material tradicional do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). O primeiro passo para isso foi a medida provisória, publicada em maio, que dá benefícios fiscais aos tablets feitos no país, visando reduzir em até 36% os preços e tornando-os mais acessíveis.

Segundo levantamento feito pelo BRASIL ECONÔMICO com as dez maiores editoras de material didático do país, sete já têm projetos de migração e criação de conteúdo digital para tablets. A Saraiva informou por meio de sua assessoria de imprensa que não tem projetos e duas editoras não responderam. A FTD, que vendeu R$ 162,9 milhões ao PNLD, lança no segundo semestre seu primeiro catálogo de livros de literatura digitais. "Trabalhamos com projeto em livro didático pensando no longo prazo, porque o desafio é desenvolver conteúdos específicos para a nova mídia, com linguagem diferenciada", diz Antônio Luiz Rios, superintendente da empresa.

E ela não é a única de olho neste mercado. A Editora Moderna, segunda maior no ranking de fornecedores do PNLD, também trabalha na adaptação do conteúdo digital aos tablets, além de já ter no mercado produtos como o Moderna Plus, um material híbrido que une papel e conteúdo digital.

Segundo Eduardo Cardoso Júnior, diretor de tecnologia educacional da Aymará, que quer consolidar a venda de livros para o governo, não há como dissociar a tecnologia dos projetos pedagógicos. " O advento dos tablets materializou essa integração, mas não acreditamos que os livros em papel vão acabar. Só ganharão uma função diferente no futuro", diz, ressaltando que a editora também conta com projetos para tablets.

Por enquanto, de acordo com Breno Lerner, superintendente da editora Melhoramentos, a demanda por livros em formato digital, como os dicionários da linha Michaelis, ainda é pequena e surgiu no último semestre. "Cerca de 15 escolas já se interessaram, mas há seis meses o número era zero, o que mostra a rápida mudança do mercado", afirma.

A Melhoramentos fornece dicionários para o PNLD e vende estas obras nas lojas da Apple e no Android Market para download.

Segundo Lerner, o aplicativo do dicionário de português ficou entre os dez mais baixados da loja da Apple no ano passado. "Mais do que discutir o formato, temos que analisar a mudança pedagógica que é necessária para de fato fazermos uma revolução.

Muitas empresas estão apenas usando os tablets como leitores digitais", afirma Tadeu Terra, diretor de Mídia Digital da Pearson do Brasil. A empresa trabalha com a criação de ambientes virtuais de aprendizado, de olho em promover a autonomia do estudante.

"Os principais desafios para a utilização tablet hoje é, além do custo, ainda elevado, a existência de banda larga que suporte a operação, e a capacitação dos professores".

Neste ano, 7,8 mil alunos de unidades parceiras da Pearson usam notebooks, netbooks e tablets.

Lucratividade

A inovação, porém, preocupa as editoras. Segundo Arnaldo Saraiva, diretor da Nova Geração, estima-se que para cada R$ 1.000 que uma editora fature hoje com livro de papel, vai faturar, no máximo, R$ 200 vendendo conteúdo digital. "Em 2012, vai haver uma debandada geral para a educação digital", afirma. Saraiva diz que o "negócio editorial didático encontra-se numa encruzilhada", porque 90% da receita vem do PNLD. C.P. e R.O.

Modelo de negócio ainda é desafio para as empresas, pois as versões digitais de livros didáticos são mais baratas que as convencionais

Fonte: http://goo.gl/83HxU

Um comentário:

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