Que tristeza é para um professor ter alunos dormindo na sua aula. Convenhamos que é brochante. "Aulas "ativas" significavam "barulho" para a maioria dos meus colegas e "aprender fazendo" dá trabalho para preparar e, sobretudo, obriga o professor a não parar de se movimentar na sala de aula apoiando os grupos de alunos.
Atualmente se põe muito na conta das TIC ( eu também o faço ) que permitem fazer coisas em sala de aula ou fora dela que há alguns anos eram impensáveis, no entanto a tecnologia por si só não serve de nada.
As novas tecnologias, por si só podem não significar nada, se atrás delas não estiver um professor com espírito criativo, dinâmico e com interesse em ensinar, em educar, em passar a palavra, em mostrar que, sem esforço, nada se consegue. Por outro lado, podem usar-se todas as tecnologias, mas se os alunos não quiserem, de fato, estar interessados, não se consegue fazer nada.
O tédio nas aulas em parte é fruto da falta de interligação com a realidade e o contexto do(s) alunos(s). As aprendizagens terão de ser significativas para os alunos, complementadas com recursos dinâmicos e interativos (não necessariamente suportados em TIC).
Temos que investir nas "pedagogias ativas" e no "aprender fazendo". Estas metodologias requerem uma grande conhecimento delas e também uma planificação atempada e cuidada. Depois destes dois pilares estarem enraizados nas práticas dos professores, as aulas decorrem naturalmente.
Um estudo recentemente publicado, tem servido de base para as escolas americanas identificarem os problemas com que se debatem os alunos nas escolas, de modo a responderem às suas necessidades.
Sabe quais são os fatores mais citados?
O conteúdo "não era interessante", seguido pela "falta de relevância da matéria" e pela falta de interação com os seus professores. De acordo com a perspectiva dos alunos, o tédio existente nas escolas aumenta na ausência de interação e no fraco estímulo à criatividade e ao desafio intelectual.
A Escola não deve "matar" a criatividade dos alunos e as TIC podem ser um instrumento para a "potenciar" dentro e fora da escola. Todavia, meios tecnológicos sem uma mentalidade de resolução de problemas e de aplicação de conceitos em novas situações, também não deverá conseguir o objetivo enunciado: criatividade.
A criatividade é anterior ao uso das tecnologias. É uma mentalidade que tem de ser desenvolvida, projetando na atitude do aluno o desejo de ultrapassar dificuldades, usando todos os meios que estiverem ao seu alcance.
Sempre digo quando sou questionado por que o Brasil tem tão poucos cientistas. Eu respondo que a gente os mata no primeiro dia em sala de aula. Se o aluno vem com porquês, com como e ses (que são a base do pensamento cientifico) logo os mandamos calar a boca, fazendo com que esse alunos nunca mais questione ou crie nada.
Isso tudo me lembra a musica do Gabriel Pensador, Até Quando em que ele diz que:
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente muda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
Então vamos combinar uma coisa: MUDE, ARRISQUE-SE
Abraços
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Um comentário:
Muito bom, professor. O aluno tem que estar atento à aula, interagir, aprender.
Todos os agentes têm que buscar esta meta:
- os pais devem estar ligados à escola e cobrar estratégias de aprendizado;
- o aluno, comprometido com seu estudo; o professor, buscar novas maneiras de estimular o aprendizado;
- e escola, proporcionar os recursos, se comprometer com a disciplina e valorizar seus profissionais;
- o governo, disponibilizar estratégias para eliminar os conteúdos irrelevantes e propor ideias que funcionem.
Um grande abraço,
Prof_Michel (@profmichel,História Digital,Filmes Históricos, Games Históricos)
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