Viviane Amaral no artigo "Redes sociais e redes naturais: a dinâmica da vida" escreve o seguinte sobre as redes de relações espontâneas e as redes sociais:
Redes de relações são inerentes às atividades humanas. Se pensarmos no nosso cotidiano, com o foco nas relações que sustentam nossas rotinas, veremos emergir conjuntos de redes. Pense na teia de relações que você tece na sua vida escolar: professores, colegas, o cara do ônibus ou metrô, o vendedor de passes, a servente da escola etc. Pense na rede de relações que você estabelece para abastecer a casa, comprar vestimentas, na sua vida profissional. Sua rede de afetos: as pessoas que você ama. Perceba como todas as suas atividades dão origem a redes de relações. São redes espontâneas, que derivam da sociabilidade humana. Estão aí o tempo inteiro, apenas não costumamos focar nosso olhar sobre elas, vendo-as como um sistema vivo e dinâmico, mas são elas que dão sustentação às novas vidas e a produzem diariamente.Fernando Santamaria em seu artigo "Ferramentas da WEB para a Aprendizagem Colaborativa: Webblogs, Redes Sociais, Wikis, Web 2.0" nos conta a origem das redes sociais:
O que diferencia as redes sociais das redes espontâneas é a intencionalidade nos relacionamentos, os objetivos comuns conscientes, explicitados, compartilhados. Apesar dessas características especiais, a forma de operar das redes sociais e das espontâneas traduz princípios semelhantes aos que regem os sistemas vivos. Assim, um passo importante para entender as dinâmicas próprias do trabalho em rede é conhecer os sistemas vivos, entender como a vida se sustenta e se auto-produz. Uma diferença essencial entre os dois sistemas de rede é que os fluxos e ciclos das redes sociais estão permeados e são canais de circulação de informação, conhecimento e valores (sistemas simbólicos). No quadro abaixo procurei fazer uma analogia entre os dois sistemas, tendo como eixo comum a sustentabilidade.
O termo redes sociais vem da teoria dos "Seis graus de separação". Dois pesquisadores norte-americanos, nos anos 50, Ithiel de Sola Pool (MIT) e Manfred Kotchen da IBM (com seu livro “Contacts and Influence”), pretendiam demonstrar a relação matemática de probabilidade de "ser conhecido entre um conjunto de pessoas"; e enunciaram: "dado um conjunto de N pessoas, qual é a probabilidade de que cada membro esteja conectado a outro membro por ki, k2, k3, ……, kN ligações?". A verdade é que estiveram muito fechados nesta teoria. Uma década depois, essa teoria matemática foi se infiltrando em outros ramos do conhecimento como a sociologia. Stanley Milgran a reformulou com enfoque nas Ciências Sociais e a denominou "o problema do mundo pequeno". Selecionou, ao acaso, várias pessoas do meio oeste americano que enviaram embrulhos a um lugar desconhecido, situado a várias milhas de distância em Massachusetts. Os remetentes conheciam o nome do destinatário final, sua ocupação e localização aproximada. Foi indicado a quem deveria ser repassado o pacote: uma pessoa conhecida por eles mas, que dentre os seus amigos, era o que tinha maior probabilidade de conhecer diretamente o destinatário. Esta pessoa deveria fazer o mesmo e assim sucessivamente até que o pacote fosse entregue diretamente ao destinatário final. Os participantes esperavam que a cadeia incluiria centenas de intermediários, mas a entrega de cada pacote levou, em média, apenas cinco ou sete intermediários. As descobertas de Milgram foram publicadas no "Psychology Today" e inspiraram a frase seis graus de separação.Redes Sociais in Plain English (legendado)
Redes Sociais na Educação
A utilização das redes sociais na educação ainda causam muita polêmica. Algumas escolas proíbem o acesso dos estudantes com o intuito de protegê-los de eventuais problemas. Mas deve-se levar em conta, que todos precisam aprender a utilizar esses recursos de forma adequada, responsável, que não coloque em risco a sua segurança e a escola não deve se furtar dessa tarefa. O aprender a usar esse recurso, reconhecer quais são os comportamentos aceitáveis devem fazer parte dos objetivos daqueles que se propõe a utilizar as NTICs.
As redes sociais podem ser utilizadas para:
- Criar uma comunidade de aprendizagem para a escola, classe ou disciplina
- Compartilhar informações e ideias com outros profissionais e especialistas nos temas que estão estudados pelos alunos em sala de aula
- Aprender sobre redes sociais
- Criar um canal de comunicação entre estudantes de diferentes escolas e com interesses em comum
Internet en al Aula: comunidade de professores que compartilham experiências e recursos para o uso da Internet na aula.
Aspiras da Uerj: Um pré-vestibular colaborativo
Redes Social Aprendendo Física: Uma Rede Social para se aprender Física
Fonte: http://edu20.wikidot.com/redes-sociais
2 comentários:
Gostei! É um desafio para o educador. Estou trilhando o caminho de trabalhar com redes sociais, internet com meus alunos, não é fácil. Mas está rendendo uns frutos.
Caros,
Convido-os a darem
uma lida na notícia da Revista Galileu, intitulada: "Crianças com
computador em casa têm pior desempenho escolar, diz estudo". Aqui:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI149455-17770,00-CRIANCAS+COM+COMPUTADOR+EM+CASA+TEM+PIOR+DESEMPENHO+ESCOLAR+DIZ+ESTUDO.html
Se lerem a matéria, verão que o vilão, ao que tudo indica, parece ser
as redes sociais! Os estudos feitos em mais de 150 mil estudantes da
Carolina do Sul ainda não se completaram, mas o quadro que se vê é
esse... a Net parece ter piorado o desempenho escolar desses alunos,
ao menos em algumas disciplinas. A matéria original pode ser vista
aqui: http://www.dukenews.duke.edu/2010/06/divide.html
Mas não deveria ser o contrário? “Em 2005, o acesso banda-larga à
internet estava disponível em quase todos os endereços da Carolina do
Norte”, disse Vigdor ao site da universidade. Mesmo assim, os
pesquisadores acreditam que, nos anos seguintes, a situação muito
provavelmente piorou, graças ao sucesso das redes sociais, Twitter e
Facebook", diz a matéria.
Assim, sugiro cautela e mais critérios àqueles professores que
pretendem usar as redes sociais na educação. Como já alertei, venho
notando uma certa "especialização" dos alunos em localizarem
rapidamente os assuntos nas pesquisas que fazem nas ferramentas de
busca, mas, como o estudo parece mostrar, isso não está se revertendo
em melhoria no aproveitamento das matérias. O que se vê são alunos
distraídos e dispersos pela oportunidade de relacionamentos e
bate-papos que as redes sociais oferecem, além do péssimo habito de
comentarem a vida alheia. Será que Valdemar Setzer não tem alguma
razão? Sugiro aos colegas lerem o excelente artigo "Os efeitos
negativos dos meios eletrônicos em crianças e adolescentes" do citado
professor, e debatermos melhor esse tema... aqui:
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/efeitos-negativos-meios.html
Esse comportamento se parece muito com o que Paulo
Freire chamou de "Educação Bancária", pois transforma os alunos em
"bibliotecários modernos", que sabem muito bem onde encontrar os
assuntos, mas não sabem lidar corretamente com eles. Essa é a
realidade que venho percebendo, quando levo meus alunos na sala de
informática, para a realização de algum projeto ou pesquisa. Leiam
este artigo que motra resumidamente o conceito de educação bancária...
aqui: http://www.pucrs.br/edipucrs/online/autonomia/autonomia/3.6.html
Vamos debater esse assunto?
Abraços...
Prof. Suintila
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