Professor e Pesquisador
Como Paulo Freire afirma, ensinar e aprender devem ser vistas como duas entidades separadas, embora fortemente ligadas. Há atitudes e processos ligados ao ensinar, mas há também atitudes e processos ligados ao aprender. Hoje em dia este é um conceito cada vez mais aceito. No entanto, o entendimento da aprendizagem enquanto domínio separado, embora interdependente, é relativamente recente.
É possível encontrar no passado distante autores e idéias mais diretamente ligados ao papel do aprendiz. No entanto, em uma avaliação mais global; a ênfase tem sido mais dirigida à transmissão de valores pré-estabelecidos visando a formação de indivíduos harmônicos com um dado padrão.
A preocupação primária com processos específicos do aprendiz e como este indivíduo coleta / recebe a informação não tem muito tempo de vida. Visões educacionais onde se valorizam ações ativas do aprendiz na coleta, seleção e crítica de conteúdos são predominantemente oriundas deste último século.
Assim nas próximas postagens traçaremos o longo caminho que nos levou desde os primórdios da humanidade, até os dias atuais. Mostraremos como, embora sempre presente, a aprendizagem (pelo menos do ponto de vista do aluno e como um tópico de interesse específico) perpassou os séculos como algo periférico, no máximo conseqüência do ensino.
Importa ressaltar este aspecto, já que hoje somos o resultado disto. Seja como alunos, esquecidos e omitindo-se enquanto agentes cognitivos. Seja como ex-alunos e aprendizes atuais, a necessitar de uma aprendizado constante e regular, mas sempre dependendo de terceiros, já que não aprendemos a aprender.
Finalmente seja como professor, frustrado por não conseguir atingir o seu ideal (as razões são muitas e nem sempre cognitivas), e reativamente pensando:
“Pronto, já ensinei ! Os interessados que aprendam.”
Fonte: http://officinadamente.wordpress.com/2007/11/20/do-ensino-a-aprendizagem/
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