4 de set. de 2012

Tecnologia e Gestão Educacional

Desde que o primeiro computador foi inventado que a tecnologia vem sendo discutida como um veículo de inovação e comunicação, principalmente como ferramenta capaz de transformar a educação. Felizmente já encontramos educadores que percebem a alfabetização tecnológica como essencial para o cidadão, tal como é o domínio do cálculo, da leitura e da escrita. Porém, apesar dos esforços de alguns, temos consciência de que a tecnologia na escola ainda não foi capaz de produzir as inovações que produz em outros setores da atividade humana.

Segundo o professor Fernando Reimers, pesquisador na área de inovação educacional, educação global e impacto do desenvolvimento profissional na qualidade e relevância da educação para o desenvolvimento de habilidades do século 21, uma das falhas desses esforços em introduzir a tecnologia para favorecer a inovação nas escolas deve-se ao fato de que o problema não tem considerado apropriadamente a dimensão humana desse desafio.

“Boas coisas acontecem dentro das escolas e outras instituições porque existem indivíduos que as fazem acontecer. Fazer as pessoas promoverem avanços em suas respectivas organizações é o desafio que se apresentam aos líderes. Se queremos que as escolas alavanquem o poder da tecnologia para produzir o tipo de inovação que irá educar melhor os alunos, necessitamos de focar no papel dos gestores em direcionar esse processo de mudança.”

Esta constatação nos leva a refletir sobre a necessidade destes profissionais compreenderem suas deficiências de formação na área da tecnologia e buscarem assistência no sentido de contribuírem para o desenvolvimento de habilidades que tornem os alunos cidadãos produtivos no século 21. Cabe ao gestor a visão crítica da necessidade de mudanças curriculares e metodológicas de forma a favorecer a promoção destas mudanças na instituição escolar. Inúmeras inovações apoiadas pelo uso das tecnologias podem contribuir para diferentes formas de aprendizagem além de oportunizarem que alunos e professores adquiram uma gama de novos conteúdos e habilidades.

 

As várias plataformas tecnológicas disponíveis na internet contribuem para processos de gestão escolar como compartilhamento de boas práticas, participação em comunidades de desenvolvimento profissional e uma gama de objetos de aprendizagem sobre os mais diversos assuntos. Sem dúvida alguma, a tecnologia pode ajudar o diretor a liderar de maneira inovadora e efetiva, promovendo discussões colaborativas com sua equipe através da utilização de recursos como surveys, blogs, wikis e e-mails.

Esta liderança será cada vez mais favorecida à medida em que a comunicação facilitada pela tecnologia seja aperfeiçoada. Não existe liderança sem comunicação. É através dela que líder e liderados atuarão no desenvolvimento de competências cognitivas, interpessoais e intra-pessoais que poderão garantir um futuro melhor para os alunos, as escolas e a educação.

Referência:

REIMERS, Fernando. HAMED, Zachary. Liderando escolas e a inovação educacional através do uso de tecnologia, CAEd: Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, texto avulso do PPGP, 2012.

Sobre o autor: Luciana Coutinho Daniel Vicente, Diretora Regional Pedagógica do Noroeste Fluminense, Mestranda em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela UFJF ; Facebook: lucianavicente1971 ; E-mail: lucianavicente@prof.educacao.rj.gov.br

2 comentários:

cybelemeyer disse...

Olá Luciana, tudo bem?

Parabéns pelo artigo!
Concordo plenamente com a sua abordagem. A escola é um todo e esta conscientização tem que ser interiorizada por aqueles que lá atuam. A escola é uma comunidade de aprendizagem em que cada um desempenha um papel que reflete diretamente no coletivo. Dessa forma não há como trilhar caminhos independentes e a comunicação, como você mesma abordou, tem papel fundamental na sincronia das ações em prol de um objetivo comum – promover a aprendizagem.
Adorei!
Abraços
Cybele Meyer

Professor Zeluiz disse...

Caro, Robson!

Lendo o artigo da Luciana fiquei me lembrando de que as TIC, diferentemente de outras tecnologias como o giz, o lápis, a lousa, o livro didático etc. não foram criadas PARA a EDUCAÇÃO, por isso parece tão desafiadora a apropriação que a escola e seus atores precisam fazer dela. É que estamos acostumados a imaginar ser o centro do universo... Falta-nos ainda o espírito da inovação e o estímulo para a invenção. Vai ser preciso um susto, uma hecatombe para sacudir e acordar gestores educacionais e professores para a realidade das TIC. Infelizmente, mesmo entre os que parecem utilizar as tecnologias, ainda há muito do que se pode chamar de remendo novo em roupa velha.
Claro que iremos chegar lá! Não na velocidade que se precisa ter neste século.