31 de ago. de 2010

A Imaginação Educadora

Gabriel Perissé

Ficamos perplexos todas as vezes que percebemos a discrepância entre o desejado e o realizado, a distancia entre o céu das ideias e o chão da realidade.

E desanimador, no campo da educação, conhecer as boas intenções pedagógicas, a generosidade das teorias libertadoras, e, por outra parte, viver uma constante "volta às jaulas", a sensação de que estamos na sala de aula com mãos e pés atados.

A didática que reencanta a escola, a avaliação inteligente, a vitoria da criatividade sobre a burocracia, a educação verdadeiramente inclusiva, a ética e a estética comandando a ação docente, as mil e uma estratégias para despertar o interesse de cada aluno... tudo isso ocupa as paginas dos livros e revistas, e dessas paginas não sai.

E não saímos da perplexidade. Lemos que uma avaliação que exige respostas rígidas nada avalia. E são respostas rígidas o que nos pedem em concursos públicos para professores. Aprendemos que o importante e aprender a aprender... e depois aprendemos, a duras penas, que continuamos a praticar o instrucionismo, o adestramento, cobrando dos alunos que se atenham aquilo que o seu mestre mandou.

Ouvimos em palestras e em cursos de formação que estamos na Idade Mídia, que devemos estar plugados e conectados, porque conectados e plugados estão os alunos. Que devemos ser professores digitais porque os alunos estão nascendo com cabeças digitais... e, na pratica, do pó de giz viemos e ao pó de giz retornaremos!

Depois de um carnaval cheio de sonhos, rasgamos a fantasia e voltamos a viver o calvário da escola sem graça. Quando ressuscitaremos?

Uma jovem poetisa paraibana, Iasmin Mendes, cujo livro Somente poesia (2008) ganhei de presente, ajudou-me a vislumbrar uma resposta para esse abismo entre mundo ideal e cotidiano real. Tinha 11 anos de idade quando escreveu esses versos, do seu poema “Imaginação”:

Às vezes você se pergunta:

“O que fazer quando a realidade boa não esta”

E eu respondo rapidamente

“Basta você imaginar”

[...]

A imaginação não e uma mentira

Mas para a realidade uma solução

Nossa realidade melhora

Quando usamos a imaginação

Então continue usando

Tua imaginação

Pois ela sempre lhe leva

Ao caminho da razão

A imaginação educadora preenche o abismo, a discrepância. Não á sonho vazio, e trabalho racional, e auxiliar do pensamento, amiga da lógica. Quando imaginamos com realismo, descobrimos formas de transformar nossa realidade.

Imaginar e projetar. Projetar-se e lançar-se a frente, adiantar-se, dirigir-se para o futuro, administrando as tensões entre a utopia e o dia a dia.

Artigo divulgado na Profissão Mestre de abril de 2010
Autor do livro Introdução à filosofia da educação (Editora Autêntica) e professor do Mestrado/Doutorado em Educação da Uninove (SP).
Site: http://www.perisse.com.br


Fonte: http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=4698

Um comentário:

Unknown disse...

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