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Origem:
Uma nova forma de diversão chega as telas de computadores e promete até mediações de sua aplicabilidade no processo ensino-aprendizagem. Será? Será uma novidade que auxiliará o processo educativo? É O Sistema de diversão conhecido como RPG, que significa Role-Playing Game, pelo fato de usar e abusar da capacidade de Interpretação de Personagens variadas em diversos mundos, do uso da Imaginação do jogador e sua habilidade de criar estratégias para sobreviver num mundo de aventuras e superação dos obstáculos observando as regras descritas para cada mundo escolhido. Segundo Alexandre Sugamosto e Silva, Christian Brenner e Tiago Schiavon , 2007. p.38:
“...é uma diversão que vem conquistando adeptos e admiradores em todas as partes do mundo. Consiste basicamente em um jogo de representação no qual os participantes são conduzidos por um narrador (o mestre) para novos mundos, realidades diversas e paisagens transfiguradas.”
Surgiu em 1974 com o jogo criado por Gary Gygax da TSR/USA, Dungeons & Dragons que em português significa -Masmorras e Dragões. Ponto inicial para torná-lo inovador. No Brasil chegou tardiamente a partir da década de 80, com seus adeptos xerocando produções sobre RPG. Em 1991 aparece o primeiro RPG do Brasil Tagmar - acusado de cópia do Dungeons & Dragons, com ambientes dos livros de J.R.R Tolkien. Apresenta uma diversidade incrível como cita Alexandre Sugamosto e Silva, Christian Brenner e Tiago Schiavon , 2007. p.38:
“Existem diversas modalidades de RPG. A mais tradicional e com maior número de adeptos no Brasil é o RPG de mesa. É jogado com um livro básico de instruções, planilhas de personagem, dados, canetas e uma boa dose de criatividade.Cada jogador representa um personagem, ou PC, que dentro do enredo da aventura tem sempre o irrevogável direito de optar: um dragão apareceu na sua frente – diz o mestre – o que você faz? Correr, saltar, fugir, gritar? São infinitas as opções. Cada opção, por sua vez, gera uma reação equivalente. Você quer enfrentar o dragão?”
O RPG chegou para ficar com seu poder de transformação e adaptação aos variados ambientes de aplicação, vem ampliando suas modalidades conforme o Site RPG Online apresenta:
“Quais as outras formas de se jogar RPG...? Já que é algo tão amplo, é claro que existem variações da sua prática:
- Se o RPG de mesa - narrador, jogadores, livros, regras e dados - é o equilíbrio entre o teatro e os jogos de regras, as variações surgem quando tal mistura ganha mais influência de alguma das partes.
- Pegue o RPG. Agora adicione à ele mais interpretação e reduza a importância das regras, trazendo ele para mais próximo do teatro. Assim teremos os Live Actions - em bom português, "Ação ao Vivo". Cada jogador representa seu personagem exatamente como um ator o representaria, incluindo possíveis roupas e acessórios para enriquecer o ato teatral. Como geralmente um Live Action se parece mais com uma festa à fantasia, eles são realizados em lugares mais reservados, distantes do público. Além disso, esses eventos realmente se parecem com uma festa, pois como o trabalho do narrador chega a ficar mais simples - lembrem-se, as regras são mais simples - é comum ter um grande número de jogadores e mais do que um narrador - Uma medida boa, é um narrador para cada 10 ou 20 jogadores. Para aumentar ainda mais o dinamismo do Live Action, os dados do RPG de mesa são substituídos por cartas de baralho, par ou ímpar, pedra-papel-tesoura, ou qualquer outra maneira rápida de decidir o sucesso de uma ação. Pra finalizar, um Live Action possui uma regra muito importante: o toque é proibido. O toque é narrado, pois tocar seu adversário de verdade pode gerar brigas - um jogador mais exaltado poderia aplicar força e machucar de verdade seu adversário.
- Agora pegue o RPG novamente mas adicione desta vez, mais e mais regras e reduza a interpretação. Assim teremos os RPGs Eletrônicos, sejam eles de videogame ou computador. A base inicial dos RPGs Eletrônicos foi inspirada no sistema D20, de Dungeons & Dragons, onde temos atributos como HP, MP, Level, experiência, entre outros. Quando dizemos pra reduzir a interpretação, na verdade por parte do jogador, ela é praticamente nula se limitando à tomadas de decisão. A interpretação se resume ao personagem, com atitudes previamente programadas. Alguns jogadores mais clássicos não aceitam o RPG Eletrônico como forma de RPG, por não haver interpretação, porém é uma forma fácil de começar a se acostumar com este universo, pois não é preciso conciliar tempo livre de um grupo inteiro de jogadores;
- Se adicionarmos estratégia à esta fórmula chegaremos no RTS, sigla para Real Time Strategy. Esses jogos são facilmente reconhecidos pela fórmula: coleta recursos, constróem uma cidade, prepara um exército e parte para o ataque. A maioria das pessoas julga este derivado do RPG como algo mais limitado, mas é necessário compreender que o foco aqui é outro. Também podemos ter aqui atributos básicos como por exemplo. HP, MP, Level, e uma história de fundo para dar o clima à aventura;
- Se alguém levar o RPG Eletrônico para a internet, e permitir que vários jogadores coexistam em mesmo mundo, teremos o MMORPG, sigla de Massive Multiplayer Online Role Playing Game - ou de algumas variantes, como Multi Massive Online Role Playing Game por exemplo - um formato de sucesso que movimenta milhões de dólares pelo mundo afora. Nele não existe um herói ou grupo de heróis principais como nas outras formas de RPG, pois aqui todos são igualmente importantes, sendo diferenciados no máximo em uma hierarquia sobre o level e experiência - adquiridos no decorrer do jogo. Geralmente jogadores com level alto podem criar uma guilda, ou clã - onde abrigará jogadores novatos sob sua proteção.”.
Objetivos:
Jogar com teatralização;
- Os atores decoram seu script;
- Script - conjunto de ações, gestos, falas...;
- Interpretação das personagens de ficção;
- Ter capacidade de seguir um enredo pré-definido pelo autor;
- Tomar decisões ilimitadas, mas conhecer regras;
- Reunir um grupo de Jogadores, partilhando papéis como: "narrador" ou "mestre" e os demais simplesmente “jogadores”com suas “personagens”;
- Fazer uma Ficha de Dados das Personagens como: força, resistência, inteligência, detalhes sobre a personalidade, perícias, entre outros.
- Conhecer História para contextualizar o jogo.
Quais as formas usuais de utilização?
No momento para a diversão, como jogo propriamente. Mas alguns educadores estão tentando aplicá-lo em educação.
Como jogo: O narrador orientará os jogadores obedecendo às regras para o período escolhido com todos os dados da personagem. Prepara-se o ambiente da aventura com informações de fatos ocorridos até o momento do início do jogo, definindo assim o objetivo básico daquela aventura.
Agora é à hora da imaginação, a ficção ganha forma, tudo é comunicado e ocorre de acordo com sua viabilidade e dependendo dos dados de cada um.
Para se jogar precisamos dos dados numéricos de várias faces, não se limitando aos convencionais. Existem até com 12 faces. Não há limite de jogadores. Existem narradores que chegam controlar muitas personagens recebendo a sigla NPC – Non - Player Character. Podem enriquecer a história, atrapalhar a todos, ou ser adversário.
O narrador nunca tem controle total da história, cada sessão é única, não se sabe as decisões que serão tomadas no decorrer do jogo. Com o jogo os aumentos de pontos e experiências que encontramos nos demais jogos, aí a partida pega fogo.
Quem já utilizou em educação? Exemplos?
Não conheço quem já utilizou e possa estar usando o RPG no processo educativo, mas há possibilidade fazendo SOS temas das aventuras terem relação com um determinado período histórico real, onde os narradores seriam os professores e uma turma inteira de alunos com suas personagens de época na história que seriam figuras importantes para proclamação da República por exemplo. Imaginem a interação como seria grandiosa e o aprendizado também. Na biologia, o professor narrador criaria com os alunos suas fichas como partes do organismo humano, estabelecendo regras de funcionamento dos órgãos. Na química as fichas ficariam constituídas de elementos e ocorreriam ligações, explosões nucleares quando fissões ocorrerem, ou descobertas maravilhosas de uma infinidade de produtos. O RPG não é doença contagiosa que não possa ser usado como recurso em sala de aula. Mas terá grande reação pelos tradicionalistas com suas fichas amareladas, que vencem gerações.
Quem está usando em educação?
Foi criada uma proposta de mudança radical quando grupo do Teatro Mitológico Despertar de Sugamosto, Brenner e Schiavon. Resolveram empregar o RPG para ajudar no processo de desenvolvimento humano, englobando desde os cinco sentidos até a capacidade de simbolização pelo ato da linguagem que exclusiva do ser humano. Para os criadores Alexandre Sugamosto e Silva, Christian Brenner e Tiago Schiavon, 2007. p.41:
“O Teatro Mitológico Despertar (Desenvolvimento Simbólico-Pessoal Relacionado à temática da Aventura de Representação) tem como criadores três jovens estudiosos em psicologia, filosofia, artes cênicas, lingüística e RPG.” Os três autores acima.
Limitações/críticas:
- Enquanto Jogo, a fichas de cartas de monstros, criaturas e poções;
- Ser encarado como um mero passatempo;
- Como jogo de cartas, quebra-se a capacidade de interpretação e não desenvolve o raciocínio abstrato;
- Alguns consideram um jogo idiota;
Potencialidades e inovação:
- Levar o homem ao reencontro com suas potencialidades e as aventuras épicas a muito esquecidas, os feitos heróicos e lendários;
- Acabar com o conflito entre transcendência, heroísmo e realidade;
- Propicia uma relação inconsciente do jovem com o seu poder interior, criativo e interativo oculto;
- Levar ao entendimento do conflito entre Sociedade X universo Mítico;
Pode promover a modernização ou mudança na educação?
Ao apresentar os temas das aventuras de forma didática, o professor pode criar uma nova visão da história, da biologia, da química, da literatura e outras disciplinas. Mas é responsabilidade, com propostas de predefinidas, para que tudo fique marcado na mente do educando/jogador. Existem ações que ficam semanas na mente do jogador, às vezes, ele não as esquece nunca. Toda tecnologia ministrada de forma dinâmica, simples e completa. Como instrumento para complementar o processo ensino-aprendizagem, com certeza vai valorizar essa nova relação Professor X Aluno (Mestre X Jogador).
Eis acima o Pequeno Dicionário de RPG apresentado por Alexandre Sugamosto e Silva, Christian Brenner e Tiago Schiavon , 2007. p.40.
Referência Bibliográfica:
- SUGAMOSTO E SILVA, Alexandre; BRENNER, Christian e SCHIAVON, Tiago. 2007. p.40. Revista discutindo Língua Portuguesa, Ano I, N°2, 2007 – Editora Escala Educacional, São Paulo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/RPG_%28jogo%29#Hist.C3.B3ria_do_Role_Playing_Game acesso 18/10/2007; - Yahoo/cadê>http://www.rpgonline.com.br/o_que_e_rpg.asp acesso 18/10/2007.
2 comentários:
Adoro RPG. O único problema do RPG de mesa é encontrar um narrador/mestre que tenha tempo e paciência para criar uma história e narrá-la aos jogadores. No ensino de História, o potencial é imenso, considerando os vários títulos com cenários históricos ou mitológicos disponíveis. Valeu a postagem!
Oi, fiz uma experiencia bem legal de usar RPG em sala de aula. Montei um projetão em parceria com artes e a biblioteca. O nome do RPG foi :"Um mistério no feudo". Os alunos jogaram e agora estão transformando a história em uma peça de teatro de bonecos, nas aulas de arte.
Foi uma experiencia bem legal e pretendo repetir
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