Eduardo O C Chaves
Em uma sociedade informatizada, como a que rapidamente começa a se desenvolver no Brasil, o problema da educação em, para e pela informática é de vital importância e precisa abranger todos os níveis do ensino formal e, também, o ensino informal.
A preocupação com estes problema se demonstra no fato de que hoje temos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) em informática (incluindo Ciência da Computação, Análise de Sistemas, Engenharia de Sistemas, etc); cursos de graduação na mesma àrea nas melhores universidades e em muitas escolas isoladas; Habilitações de 2° Grau, em escolas regulares e técnicas, que formam Técnicos em Computação e Escolas de 1° e 2° Graus que, mesmo sem oferecer habilitação na àrea, possibilitam que seus alunos tenham, de várias formas, contato com a informática e com microcomputadores; além de pré-escola que, utilizando micros como instrumento didático e lúdico, permitem que a criança já se familiarize desde cedo com o equipamento que se tornou sinônimo da sociedade informatizada. Tudo isso, sem falar nos inúmeros cursos livres que proliferam em nossas cidades, voltados para pessoas que desejam utilizar o microcomputador como ferramenta de trabalho ou crianças interessadas em explorar um equipamento sem dúvida fascinante, etc.
Mas a educação que é fornecida nesses vários níveis não se distingue apenas pelo maior ou menor aprofundammento em um mesmo conjunto de questões. Os conteúdos, os enfoques, as metodologias, são caracteristicamente diferentes, dependendo não só do nível do curso, mas dos objetivos educacionais, que, por sua vez, são condicionados pela clientela a que se destinam os vários cursos ou programas de ensino. Falando em linhas bem gerais, poderíamos dividir os programas educacionais voltados para informática em três grandes grupos.
1. Educação em Informática
Em um primeiro grupo teríamos os programas educacionais voltados para a profissionalização na àrea de informática, que englobam desde cursos livres até cursos de pós-graduação, e têm por objetivo formar um profissional de informática ou de computação: um digitador de dados, um operador de computadores, um programador, um analista de sistemas, um engenheiro especializado em hardware ou sofware básico, etc.
O conteúdo desses cursos é, via de regra, tipicamente técnico. A metodologia de ensino, conquanto admita, e mesmo requeira, o uso dos equipamentos, é, na maior parte dos casos, característicamente tradicional e convencional. Infelizmente, é preciso observar, de um lado, que mesmo universidades até de renome freqüentemente ministram cursos de graduação em Computação sem que os alunos tenham acesso direto aos equipamentos. Por outro lado, é preciso também que se mecione o fato de que algumas escolas livres, particulares e seriamente preocupadas com educação, e não apenas com o lucro fácil, têm procurado ministrar estes cursos profissionalizantes através do uso intensivo de equipamentos, oferecendo, inclusive, oportunidade de estágio.
2. Educação para Informática
O segundo grupo de programas educacionais é voltado, via de regra, não para aqueles interessados em se profissionalizar em informática, mas isto sim, para aqueles desejosos de utilizar a informática como ferramenta de trabalho em sua área (geralmente já bem definida) de atuação profissional. Aqui não se ensinam análise e desenvolvimento de sistemas. Ensina-se, isto, sim o leigo em informática a utilizar programas aplicativos genéricos e versáteis, voltados ao usuário final, e que são vendidos em "pacotes"no mercado.
3. Educação pela Informática
O terceiro grupo de programas educacionais não está voltado nem para a profissionalização nem para o usuário final de pacotes aplicativos. Este grupo de programas educacionais está voltado para aqueles interessados em utilizar a informática (ou em ver a informática utilizada) como um meio de promover uma aprendizagem ativa, dinâmica, motivada, de outros conteúdos (matemática, física, química, biologia) como um instrumento que ajude no desenvolvimento cognitivo da criança, como uma ferramenta auxiliar do processo de pensar e de resolver problemas. Os conteúdos aqui variam, dependendo dos objetivos específicos que se deseja atingir. O que se pretende é que a informática contribua para o desenvolvimento cognitivo da criança e do adolescente.
É importante ter em mente esses três tipos de programas educacionais relacionados com a informática ao procurar um curso para fazer; o curso errado poderá matar o que poderia ser um futuro interessante e promissor: fazer com que uma criança ou um aluno de 1° grau freqüente um curso profissionalizante de informática, em que esta é o conteúdo básico a ser assimilado, pode levar a criança a detestar o assunto. Da mesma forma que, sugerir a um profissional liberal, interessado em aplicar o microcomputador em seus afazeres, que faça um curso de programação em BASIC, também é, provavelmente, condená-lo à, no mínimo perder algum tempo e/ou dinheiro, a menos que ele esteja realmente interessado em aprender a programar.
Na verdade, o que dissemos acerca de cursos, aplica-se também a livros e a outros recursos instrucionais. O que é necessário na "febre informática" que hoje assalta o país, é ter cuidado e procurar escolas que já têm lastro e tradição no setor, que têm genuína preocupação pedagógica e uma base de equipamentos que permita intenso uso de computadores durante as aulas, ou mesmo depois delas, diferenciando bem aquelas escolas realmentre interessadas em promover a educação em, para e pela informática, daquelas criadas por "arrivistas" interessados no lucro fácil e rápido, e que, portanto, procuram atender a uma demanda não muito descriminatória de uma maneira inescrupulosa.
Fonte: http://edutec.net/Textos/Self/EDTECH/cartgraf.htm
3 comentários:
oiee!!!
vc não colocou a reportagem da Thaís de Sá Fravoline do caldeirão.
Bjsss
tataia
Aí uma dica para quem tá procurando por notícias sobre tecnologia: http://www.ziipi.com/result?pesquisa=noticias+tecnologia
Gosto muito dos artigos de ótima qualidade do seu Blog.
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