Em junho passado fui convidada pela revista “Aprende Brasil” para opinar sobre cópias, plágios e o mau uso da internet junto com amigos com idéias similares. Confesso que não foi difícil defender meu ponto de vista apoiada por pessoas que tenho em tal alta conta. Por isto resolvi publicar os depoimentos e desafiar os meus possíveis leitores a também se colocarem sobre o assunto. Opiniões diversas ou semelhantes serão todas bem vindas, o que realmente importará será a troca.
Ctrl C / Ctrl V
Ctrl C / Ctrl V
“Quem, antes da Internet, nunca foi a uma biblioteca e se limitou à cópia? Com a Web, professores andam de cabelos brancos com a possibilidade de seus alunos serem adeptos do famoso “Ctrl C Ctrl V”(copiar e colar. Muitos a culpam pelo fracasso do aprendizado esquecendo-se que já utilizaram o recurso. Colocados contra a parede alegam que enquanto copiavam aprendiam, e pensavam em tudo, exceto no assunto da pesquisa! Sou contra o plágio, mas não aceito a internet como a grande vilã do aprendizado. Sabendo usá-la, temos em mãos um ótimo recurso para a construção do saber. Sugiro que o professor conheça seu aluno para, assim, saber diferenciar seu texto de artigos do ciberespaço. Outro recurso é transformar perguntas como “Fale sobre o Nazismo” em “Qual sua opinião sobre o Nazismo?”. Mudando a maneira de avaliar e conhecendo seu aluno, as chances de ver a Internet mal utilizada tornam-se remotas.”
Andréa Toledo
professora nas Faculdades Integradas de Cataguases e coordenadora de projetos do Instituto Francisca de Souza Peixoto, Cataguases/MG
Vilã?
“Acredite!!! O problema de “copy e cola” não é vivido apenas na esfera estudantil. É inacreditável mas, professores, quando na condição de alunos, também se comportam dessa maneira. Quando solicito trabalhos aos educadores, me deparo com cópias inteiras da internet. Mesmo diante desse mal exemplo, defendo o uso da tecnologia na educação. A internet não é vilã, se bem utilizada! A tecnologia serve para auxiliar a investigação e a pesquisa. Para evitar o problema de cópias e plágios, é preciso apenas que o professor mude a forma tradicional de se solicitar trabalhos impressos. A internet deve apoiar a construção de conhecimentos proporcionando discussões e debates, não objetivando só um produto impresso. O estímulo a seminários, mesa-redonda, debates faz com que o professor perceba se o assunto pesquisado foi absorvido pelo aluno. Quando bem utilizada, a internet é alicerce para o aprendizado.”
Rosita Maria Ferreira Ribeiro
especialista em informática Educativa (UEPA) e professora multiplicadora do Núcleo de Informática Educativa (NIED), Belém (PA).
Especialista
“Não há volta. As tecnologias relacionadas à internet já mudaram a educação. Em muitas escolas, observamos processos de aprendizagem mediados por pesquisa que solicitam o uso da internet. Isso ampliou horizontes de acesso ao conhecimento e vem estimulando novas formas de aprendizagem. Mas o acesso a materiais facilitado pelos recursos da internet, em combinação com outras tecnologias, também possibilita aos alunos simularem a autoria de trabalhos escolares, pelo “recortar, colar, disfarçar e digitalizar”, ou pelo caminho mais simples do simples plágio. Mas não é exatamente o mau uso da internet que deveria tirar o sono dos educadores. Nas escolas, capacidades tais como as de refletir, de escrever, de ser ético serão sempre desafiadas. Se falham diante das facilidades da internet seria um equívoco culpá-la ou tentar resolver vigiando mais os estudantes. Mas o problema é real. Estratégias de avaliação da aprendizagem, por exemplo, podem ser sabotadas com o mau uso da internet, sim, como há séculos através de outros meios. Como resolver? Repensando conceitos e processos de avaliação, mas, sobretudo encarando a crise cultural que habita as escolas, e que envolve valores, tais como: honestidade, respeito, e integridade, como indicam as atitudes dos alunos quanto aos trabalhos. O mau uso da internet é uma nova fonte de velhos problemas. Além disso, esse conjunto de tecnologias representa possibilidades muito recentes em uma Educação que insiste em idéias e práticas muito antigas.”
Joe Garcia
Doutor em Educação pela PUC-SP, professor universitário e conferencista. Desenvolve pesquisas sobre indisciplina escolar e práticas pedagógicas inovadoras.
professora nas Faculdades Integradas de Cataguases e coordenadora de projetos do Instituto Francisca de Souza Peixoto, Cataguases/MG
Vilã?
“Acredite!!! O problema de “copy e cola” não é vivido apenas na esfera estudantil. É inacreditável mas, professores, quando na condição de alunos, também se comportam dessa maneira. Quando solicito trabalhos aos educadores, me deparo com cópias inteiras da internet. Mesmo diante desse mal exemplo, defendo o uso da tecnologia na educação. A internet não é vilã, se bem utilizada! A tecnologia serve para auxiliar a investigação e a pesquisa. Para evitar o problema de cópias e plágios, é preciso apenas que o professor mude a forma tradicional de se solicitar trabalhos impressos. A internet deve apoiar a construção de conhecimentos proporcionando discussões e debates, não objetivando só um produto impresso. O estímulo a seminários, mesa-redonda, debates faz com que o professor perceba se o assunto pesquisado foi absorvido pelo aluno. Quando bem utilizada, a internet é alicerce para o aprendizado.”
Rosita Maria Ferreira Ribeiro
especialista em informática Educativa (UEPA) e professora multiplicadora do Núcleo de Informática Educativa (NIED), Belém (PA).
Especialista
“Não há volta. As tecnologias relacionadas à internet já mudaram a educação. Em muitas escolas, observamos processos de aprendizagem mediados por pesquisa que solicitam o uso da internet. Isso ampliou horizontes de acesso ao conhecimento e vem estimulando novas formas de aprendizagem. Mas o acesso a materiais facilitado pelos recursos da internet, em combinação com outras tecnologias, também possibilita aos alunos simularem a autoria de trabalhos escolares, pelo “recortar, colar, disfarçar e digitalizar”, ou pelo caminho mais simples do simples plágio. Mas não é exatamente o mau uso da internet que deveria tirar o sono dos educadores. Nas escolas, capacidades tais como as de refletir, de escrever, de ser ético serão sempre desafiadas. Se falham diante das facilidades da internet seria um equívoco culpá-la ou tentar resolver vigiando mais os estudantes. Mas o problema é real. Estratégias de avaliação da aprendizagem, por exemplo, podem ser sabotadas com o mau uso da internet, sim, como há séculos através de outros meios. Como resolver? Repensando conceitos e processos de avaliação, mas, sobretudo encarando a crise cultural que habita as escolas, e que envolve valores, tais como: honestidade, respeito, e integridade, como indicam as atitudes dos alunos quanto aos trabalhos. O mau uso da internet é uma nova fonte de velhos problemas. Além disso, esse conjunto de tecnologias representa possibilidades muito recentes em uma Educação que insiste em idéias e práticas muito antigas.”
Joe Garcia
Doutor em Educação pela PUC-SP, professor universitário e conferencista. Desenvolve pesquisas sobre indisciplina escolar e práticas pedagógicas inovadoras.
Obs.: Texto reproduzido com a permissão do autora.
Fonte:http://professoraandrea.blogspot.com/2007/10/cpias-plgios-o-mau-uso-da-internet.html
Fonte:http://professoraandrea.blogspot.com/2007/10/cpias-plgios-o-mau-uso-da-internet.html
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