23 de jul. de 2007

Empresas dão cursos pelas telas dos telefones celulares.

São Paulo, 23 de Julho de 2007 - A brasileira Ciatech ajudou em projeto na Espanha. Claro estréia o conceito no País. Estacionado no ponto, o taxista espanhol aproveita o tempo parado para fazer um curso de leis de trânsito enquanto aguarda por passageiros.
Ele possui um computador de mão (PDA), com uma tela maior e mais capacidade de processamento que um telefone celular.
O curso é ministrado por uma cooperativa de taxistas de Madri e a novidade, batizada de m-learning (mobile learning), consiste em dar treinamento por meio de dispositivos móveis, como telefones inteligentes (smartphones) e PDAs.
O conceito surge como uma nova forma de comunicação para incrementar as estratégias de capacitação de funcionários por meio de computadores, o já popularizado e-learning - que consiste em uma realidade cada vez mais comum nas grandes empresas.
A adaptação dos cursos eletrônicos para equipamentos móveis exige recortar o conteúdo em "pílulas do conhecimento", formatadas em testes rápidos de múltipla escolha ou pequenos textos.
Qualquer opção desde que não leve mais de 15 minutos, o tempo limite segundo os especialistas para alguém se concentrar em um aparelho como o telefone celular. Além de interessante pelo pioneirismo, o uso da tecnologia pelos taxistas espanhóis tem uma característica que o torna muito peculiar: participou do projeto uma empresa brasileira especializada em desenvolver conteúdo e software de e-learning, a Ciatech.
Ela entrou no projeto por meio da espanhola Saba, uma das principais empresas do segmento de e-learning mundial, que ganhou o contrato. A Saba contou com a parceira brasileira no desenvolvimento de software.
Com 110 funcionários entre a matriz em São Paulo, o Rio de Janeiro e o Paraná, a Ciatech tem parceria com a madrilena desde 2004.
O interesse da Saba consiste em encomendar tarefas de desenvolvimento de software de qualidade por um preço menor de mão-de-obra que o encontrado na Europa. Enquanto na Espanha já existe um grande projeto de m-learning, aqui no Brasil eles ainda dão seus primeiros passos, e muitos nem saíram do papel.
"O m-learning será apenas um novo meio de distribuição para o e-learning, que é um diferencial competitivo", afirma o executivo chefe da Ciatech, Alexandre Augusto. O ABN Amro e a operadora celular Claro figuram entre os primeiros a estudar o m-learning no País.
Não por acaso, os setores financeiro e de telecomunicações são os que adotam mais fortemente estratégias de e-learning. O ABN leva cursos eletrônicos a 330 mil de seus funcionários, enquanto na Claro, os primeiros alvos são colaboradores da área comercial.
A Claro pode ser a primeira a tornar realidade o m-learning. Internamente ela já faz teste para usar o celular como forma de disseminar conteúdo. Atualmente os manuais dos modelos de telefones já vão para as lojas da Claro dentro dos celulares. Assim, os vendedores podem utilizar. É um modelo de poucos custos e que pode atender a grande número de usuários.
Também o uso de celulares para aprender não é um grande empecilho para os jovens, mais acostumados a explorar os recursos dos aparelhos. Mas a Claro ainda aguarda os telefones móveis ganharem em sofisticação para ter um uso mais amplo do m-learning.
O conceito deve receber um impulso com a expansão dos smartphones e a chegada da terceira geração (3G). Formato dos cursos Para terem sucesso, as empresas precisam adaptar o programa de aulas e conteúdo do curso de e-learning, para migrar da tela tradicional que tem no mínimo 14 polegadas para uma de 4 polegadas, diz Augusto.
A tecnologia deve funcionar de forma complementar a outros meios. "O usuário pode começar o curso no celular e terminar no computador. Ele pode estudar enquanto está na sala de espera de uma empresa ou antes de uma reunião", afirma. (Gazeta Mercantil - Carlos Eduardo Valim)
Fonte:http://br.noticias.yahoo.com/s/070723/31/1mh4z.html

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