3 de abr. de 2008

Ctrl-C, Ctrl-V


Certa vez recebi um trabalho de uma aluna (rezo para que você - isso, você mesma, esteja lendo). Impresso em letras azuis, título bastante atraente, e umas 20 páginas. Li o primeiro parágrafo, e entre o primeiro e o segundo parágrafos, a ligação era incompreensível. Não deu outra: procurei o título no google, e, exceto o primeiro parágrafo, estava tudo lá, com as mesmas letras azuis.

Obviamente, a nota foi zero. Mas o grande problema é que vários, vários outros alunos fizeram o mesmo procedimento. Como me considero ético, e não apenas mais um professorzinho oportunista, a nota foi também zero. A todos os vários outros que copiaram. "Erro" meu. Não sei por que cargas d´água, a culpa recaiu - vejam só - toda no professor. Desde o início do semestre, era explícito o acordo, com todos os alunos: um trabalho com tais e tais critérios, a ser entregue em tal dia. Maldita proposta.


Mesmo com tudo explicitado, desde o início, e recorrentemente (mês a mês, e às vezes quase de semana a semana), não foi a atitude dos alunos a julgada, e sim minha atitude, enquanto professor, de ministrar trabalhos escritos. Eu fui julgado, enquanto professor, por ministrar um trabalho escrito aos alunos, e não "prever" que eles poderiam copiar. Em outras palavras, minha posição de professor, profissional responsável pela educação superior de alunos que deveriam ajudar a construir o mesmo país em que vivo, era contestada por desagradar vários alunos que estavam plagiando trabalhos.

Ao que tudo indica, essa situação se repete indefinidamente, Brasil afora. Plágios de trabalhos acadêmicos, e avaliações teatrais que desconsideram o que está acontecendo. O blog oleandros acabou de escrever um texto muito interessante a esse respeito. Vale muito a pena ler, e percorrer os próprios links que o´leandro´s comenta.


(Na imagem, o método mais eficaz de evitar o plágio)


Nenhum comentário: